quarta-feira, 4 de agosto de 2010

-Minha doce TERRA DO NUNCA -

Quando eu avistei aquele colégio pela primeira vez achei enorme. Bem diferente da onde eu tinha vindo. Ele era lindo, perfeito.Me dava a sensação de liberdade que eu queria. Eu entrei nele, vazio. Havia passado pra Faetec. Ia estudar no Adolpho Bloch.

As aulas começaram e eu vi que meu uniforme ia ser uma blusa polo ou um jaleco com cor de sujeira. Minha amiga ia estudar de sainha de prega. Que inveja eu tive. Quase desisti do Adolpho pois queria estudar com aquele uniforme normalista, ia pro Heitor, mas pensei melhor e não fui.Mal sabia eu que depois aquele jaleco cor de sujeira seria minha segunda pele, meu motivo maior de orgulho e de saudade.

Levei trote, fui pintada, um veterano meu que era filho de uma professora minha do primário estava lá. Ele que me reconheceu. O curioso é que na 2° série, eu o achava muito bonitinho. Anos depois a "bonitinha" era eu. Ele estava com aparência de favelado.Cabelo loiro quase branco, HORRIVEL. Mas.. mesmo assim eu fiquei e foi uma vez só. Mas marco a minha entrada naquele colégio.

Já cheguei jogando sueca, zuando as pessoas, socializando com veteranos. Matando muitas aulas pra ir a praia ou então pra jogar sueca. A socialização com as pessoas da turma ficou pra depois. Eu não estava muito preocupada na verdade. Fiz amizade com as pessoas certas. Meus doces e lindos amigos. A Pamella foi a primeira.

Ela tinha me avisado que eu estava com tinta ainda no ouvido, morri de vergonha na hora. No primeiro dia , eu estava timida. Não lembro como aconteceu mas eu sei que o 4° se formou quase que de imediato. Pamella, Ingrid, Isa e eu . Cada uma com seus problemas, seu jeito. Eu sei que eu consegui influenciar cada uma delas. Eu sei que sou importante pra elas.E para sempre as quero perto de mim.

A maior saudade do Adolpho estão nas histórias. Em lembrar como era bom ir de chinelo pra escola( era contra as regras mas eu nunca tava nem ai), como era legal fumar do lado de fora do colégio(mas isso só foi depois do 3° ano), como eu gostava de cada canto dali. Cada lugar tinha sua história.

Lembro da nossa banca de jornal , que eu nunca vi aberta, sentavamos sempre ali pra jogar sueca. Ou então o canto perto da garagem, ficavamos largados no chão nem ai pra nada.Ou então na cisterna. Ou da visão que tanto me relaxava da sala do 4° andar. As montanhas atras do Maracanã. Lembro que sempre que algo me aborrecia, era ali que eu ficava. Minhas amigas já até sabiam que se eu tava ali era por um motivo preocupante. E o terraço, o terraço era tudo,"O andar de PAV". Era nosso.Eu amava aqueles lugares.

Lembro das pessoas. Dos primeiros jogadores de sueca que eu conheci. Marcelino, loiro, bonito, jogava sueca com a gente. Bruno, nossa o Bruno. Podia escrever um capitulo só do Bruno. Como eu AMO aquele ser. Escreverei um texto pro Bruno. Os violonistas, o menino mais beijado do colégio: Marquinhos.

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